PROGRAMAÇÃO DOS MINICURSOS



26 DE SETEMBRO DE 2012
quarta-feira (8h-12h)
SALA 30 ICHS
EDUCAÇÃO E LUDICIDADE AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA
Débora Alfaia da Cunha, LAAB/UFPA. Cláudio Lopes de Freitas, LAAB/UFPA.
AUDITÓRIO
ICSA
ARTE AFRICANA NA SALA DE AULA: ENTRE A LEI E A PRÁTICA
Márcia Regina da Silva. MRS-KUNTU Assessoria e Pesquisa Educacional.



27 DE SETEMBRO DE 2012
quinta-feira (8h-12h)
SALA 10 ICHS
O PENSAMENTO DE FRANTZ FANON: CONTRIBUIÇÕES PARA A COMPREENSÃO DAS RELAÇÕES RACIAIS CONTEMPORÂNEAS
Deivison Mendes Faustino (Nkosi). Doutorando em Sociologia/ Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos
SALA 30 ICHS
PENSANDO NA LEI 10.639: NEGRITUDE, DIVERSIDADE E UNIVERSALISMO NA POESIA AFRICANA DE LÍNGUA PORTUGUESA
Jesiel Oliveira Filho. Departamento de Letras/ UFBA
AUDITÓRIO ICSA
NEGROS E MULHERES NA HISTÓRIA DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
Ana Carolina de Vasconcelos Ministério. Historiadora PUCMinas.
OURO PRETO
bloco de salas da Museologia
sala 304 - Campus Morro do Cruzeiro
MUSEUS E ETNICIDADE: MUSEUS E ETNICIDADE: MUSEUS HISTÓRICOS E REPRESENTAÇÕES DE NEGROS
Nila Rodrigues Barbosa. Mestre em Estudos Étnicos e Africanos/ UFBA. Pesquisadora do Patrimônio Cultural



28 DE SETEMBRO DE 2012
sexta-feira (8h-12h)
SALA 4
ICSA
EDUCAÇÃO E RELAÇÕES RACIAIS: O LIVRO DIDÁTICO EM QUESTÃO
Candida Soares da Costa
Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação–NEPRE/UFMT
SALA  6 ICSA
DIÁLOGOS INTERCULTURAIS NAS LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Ana Cláudia da Silva. Doutora em Estudos Literários, Universidade Vale do Rio Verde.
AUDITÓRIO
ICHS
INTRODUÇÃO À MITOLOGIA AFRICANA: COSMOGONIA E TEOLÓGIA YORÙBÁ
Renato Noguera. Professor de Filosofia/ UFRRJ
SALA 9 ICHS
IDENTIDADE ETNICORRACIAL NEGRA: AS ABORDAGENS DOS ESTUDOS CULTURAIS E DA AFROCENTRICIDADE
Elisabete Figueroa, Malick/ UFSCAR. Larissa Nascimento, Malick/ UFSCAR. Tatiane Souza, Malick/ UFSCAR. Roberta Federico, UFRJ
SALA 30 ICHS
EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: SUBSÍDIOS PARA A ABORDAGEM DA TEMÁTICA INDÍGENA
Walison Vasconcelos Pascoal. Mestre em Antropologia Social/ UNB.
DEART
Campus 
Morro do Cruzeiro - Ouro Preto
A ÁFRICA NO CORPO DO BRASILEIRO: DANÇAS DE MATRIZES AFRICANAS
Evandro Passos. Coreógrafo, diretor Cia de Danças Afro-brasileiras e Africanas BATAKA.


O PENSAMENTO DE FRANTZ FANON: CONTRIBUIÇÕES PARA A COMPREENSÃO DAS RELAÇÕES RACIAIS CONTEMPORÂNEAS
Deivison Mendes Faustino (Nkosi). Doutorando em Sociologia/ Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos
O Minicurso pretende apresentar o pensamento de Frantz Fanon, discutindo a validade de suas reflexões para a compreensão das relações raciais na sociedade contemporãnea. Como psiquiatra, filósofo, cientista social e revolucionário, Frantz Fanon é sem dúvida um dos pensadores negros mais importantes do século XX. Sua obra influenciou diversos movimentos políticos e teóricos na África e Diáspora Africana e segue reverberando em nossos dias como referência obrigatória nos estudos culturais e pós-coloniais.
Em 1950 Frantz Fanon escreve uma tese de doutorado em psiquiatria que seria rejeitada. Um ano depois, o mesmo texto seria publicado como: Peau noire, masques blancs(Peles Negras, Máscaras Branca, e marcaria  história dos estudos o racismo. Neste livro o autor discute os impactos do racismo e do colonialismo na psique (de colonizadores e colonizados) e mostra o quanto as alienações coloniais são incorporadas pelos colonizados, mesmo no contexto de elaboração do protesto negro. 
Nos anos seguintes, Frantz Fanon, então diretor do Hospital psiquiátrico de Blida, irá assistir ao nascimento da revolução argelina e a violenta repressão francesa. É neste contexto que Fanon renuncia ao seu cargo no hospital para se aos frontes dos movimentos de libertação da Argélia, onde contribuirá ativamente como escritor do jornal El Moudjahid, em Túnez.
Em 1959 publica L’an V de la Révolution Algérienne, sem publicação em português, e em 1961 se encontra com J. P. Sartre e S.  Beauvoir.  Neste mesmo ano, após escrever Les dammés de la terre, o ápice de sua atividade política e intelectual seria interrompido por um problema de saúde que levaria a morte.
A biografia do autor será o ponto de partida para explicitar o contexto sócio-histórico de sua produção teórica e em seguida, serão destacados elementos globais do seu pensamento, tais como a crítica à negritude; as bases materiais de surgimento do racismo; o complexo colonial; o papel da violência na organização da sociedade colonial e nas lutas de libertação; e a crítica ao universalismo europeu. Em seguida, será discutido a validade destas reflexões para a compreensão do racismo brasileiro.


ARTE AFRICANA NA SALA DE AULA: ENTRE A LEI E A PRÁTICA.
Márcia Regina da Silva. MRS-KUNTU Assessoria e Pesquisa Educacional.
O mini curso tem como objetivo visibilizar a estética das artes das áfricas e apontar o seu potencial efetivo de alcançar os objetivos da Educação Básica atendendo a Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que por meio do Parecer CNE/CP 003/2004 destacando o papel fundamental da área de artes para a inserção dos saberes africanos e afro-brasileiros no currículo escolar e sugere possíveis percursos didáticos que permitam, mais do que a presença da produção de arte da África no currículo escolar, o conhecimento dos seus diversos significados socioculturais e estéticos e o estabelecimento de um diálogo com a história da Arte Universal.
A relevância do tema está em atender a demanda de profissionais da educação que desejam organizar o plano de curso pautado pelos princípios e orientações postuladas pelos documentos norteadores da Educação Básica em diálogo com os objetivos e conteúdos específicos do ensino de artes.
Unidades Temáticas
Conceitos: Artes e África; Arte: Linguagem sem palavras; Características gerais da Arte das civilizações africanas tradicionais; Estilos artísticos: Peculiaridades estéticas, culturais e filosóficas presentes na produção de arte entre as das civilizações africanas; Arte da áfrica: fonte para tendências da arte moderna europeia; A herança africana na cultura material e imaterial do Brasil; Lei 10.639/03: Histórico e possibilidades de trabalho em artes visuais.


EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: SUBSÍDIOS PARA A ABORDAGEM DA TEMÁTICA INDÍGENA
Walison Vasconcelos Pascoal. Mestre em Antropologia Social/ UNB. Professor Substituto/UNIFAL.
A proposta do mini-curso é oferecer subsídios para uma abordagem da diversidade cultural brasileira com o foco nas sociedades indígenas. Serão apresentados dados atuais sobre essas sociedades e questionadas algumas ideias equivocadas e amplamente difundidas no senso comum, como as de que as sociedades indígenas estão à margem da história universal ou seriam fósseis vivos da humanidade; de que existe muita terra para pouco índio; de que a demarcação de terras indígenas e sua presença inviabilizam o desenvolvimento nacional; de que a aculturação é um caminho inexorável para as culturas indígenas frente o processo globalizador mundial; de que os índios preservam a natureza nas localidades onde vivem por que não se diferenciam dela; que os índios são inimputáveis perante a legislação brasileira, entre outras. Além disso serão apresentadas obras bibliográficas e áudio-visuais de referência para a abordagem dessas e outras questões sobre as sociedades indígenas.


MUSEUS E ETNICIDADE: MUSEUS E ETNICIDADE: MUSEUS HISTÓRICOS E REPRESENTAÇÕES DE NEGROS
Nila Rodrigues Barbosa. Mestre em Estudos Étnicos e Africanos/ UFBA. Pesquisadora do Patrimônio Cultural
Instituições museais materializam representações. Elas retiram artefatos do uso cotidiano e os tornam “bens culturais” a serem enaltecidos socialmente pela qualidade a eles atribuída, nos museus, como portadores de memória de coletividades. O exame de acervos e exposições de museus à luz da questão racial, - representação de identidades, diversidade, desigualdades, alienação e poder -, também pode possibilitar a compreensão mais ampla das relações sociais e de poder que engendram tanto objetos quanto acervos. Estas relações, enfim, engendram os museus em geral e os históricos em particular. Porém, os museus mais imaginam do que interpretam sociedades que ambicionam representar em seus acervos e exposições e, como museus são instituições de história, estas contradições podem estar escamoteadas, porém não invisíveis se observamos os museus na perspectiva da etnicidade. O objetivo do curso é, portanto, perceber a invisibilidade do negro em acervos e exposições bem como verificar, à luz dos debates atuais sobre a questão racial, como isto pode ser revertido, para os museus históricos.
O minicurso é baseado no dossiê: “Representação dos Negros em Museus”, organizado pela docente, publicado nos Anais do Museu Histórico Nacional, n. 40, de 2008. As reflexões colocadas naquele dossiê foram atualizadas pelas análises pontuais sobre O Museu da Inconfidência (MG) e o Museu Regional de Caeté (MG). O primeiro destes foi objeto de estudo na dissertação de mestrado, recentemente defendida no CEAO/UFBA (2012), pela docente.


A ÁFRICA NO CORPO DO BRASILEIRO: DANÇAS DE MATRIZES AFRICANAS
Evandro Passos. Coreógrafo, diretor Cia de Danças Afro-brasileiras e Africanas BATAKA.
As danças afro-brasileiras como Samba, Frevo, Capoeira, Danças de Orixás, Congadas e outras podem promover o desenvolvimento pessoal e profissional artístico. Ao participar de aulas e grupos de danças os adolescentes, jovens e adultos organizam-se em torno de práticas grupais de ação social e, conhecem as raízes africanas na sociedade brasileira. Linguagens que caracterizam as danças brasileiras e afro-brasileiras são modos de viver de muitos brasileiros e nem sempre legitimadas ou respeitadas.
O princípio básico é ter essas danças como eixo estruturador para outras questões sociais a serem discutidas e implementadas a partir da oficina de iniciação e formação profissional artística.
O movimento não verbal dança, compreendida como linguagem corporal expressiva, inserida nas condições históricas precisas de seus praticantes, como manifestação de arte, é o pressuposto de várias propostas pedagógicas em projetos sociais no Brasil como ferramenta de inclusão e formação profissional artística. Mas nem sempre com um caráter includente e sem preconceitos. O desclassifica a arte afro.
As danças brasileiras e afro-brasileiras como vivência pessoal pode proporcionar a consciência corporal e a descoberta de suas origens étnicas e culturais, além da possibilidade de construir a auto-estima enquanto parte de um povo de raiz afro-brasileira. A busca de conhecimentos constitui-se em estímulo para a libertação de amarras inferiores e, ao mesmo tempo, para lutarem contra os preconceitos e as discriminações raciais e de classe, dos quais os mesmos são vítimas “impotentes” na sociedade brasileira.
As danças brasileiras e afro-brasileiras fazem com que o participante tenham um olhar consciente para o mundo. Linguagem que irá recuperar o valor histórico da cultura brasileira e negra brasileira, pelas músicas, pelas danças, pelos cantos, pelos contos. Enfim, começaram a descobrir e assumir as raízes nacionais. Tudo isso irá se constituir em fonte de afirmação de identidade e de força interior.


DIÁLOGOS INTERCULTURAIS NAS LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Ana Cláudia da Silva. Doutora em Estudos Literários, Universidade Vale do Rio Verde.
Este minicurso tem por objetivo a reflexão sobre os diálogos culturais nas literaturas de língua portuguesa. Enfocaremos especialmente a presença da literatura e da cultura brasileira nas literaturas africanas de língua portuguesa, mediante o estudo das relações de intertextualidade que se estabelecem entre a literatura brasileira e as demais literaturas lusófonas.
Primeiramente abordaremos o conceito de lusofonia e suas problematizações no âmbito dos estudos literários, apresentando um breve histórico do estudo crítico das literaturas em língua portuguesa no Brasil e em Portugal. Em seguida, passaremos à leitura de contos e poesias construídos como forma de diálogos explícitos com produções da literatura brasileira; relações intertextuais menos explícitas também serão abordadas, na medida em que seu enfoque depende das relações que se estabelecem no momento da recepção dos textos africanos pelos leitores brasileiros. A obra do escritor moçambicano Mia Couto será especialmente enfatizada, visto ser ele um dos autores africanos mais lidos no Brasil; sua fortuna crítica brasileira já constitui um corpus significativo nos estudos das literaturas africanas de língua portuguesa. Contribui para isso o fato de estar Mia Couto frequentemente presente no país, em encontros científicos, acadêmicos ou de divulgação cultural, bem como o alcance nacional de suas edições; distribuídas em todo o território nacional, já passam a integrar a relação de leituras mínimas obrigatórias para diversos vestibulares. Pretendemos que o curso seja um espaço de diálogo entre os participantes, a partir das leituras das diferentes produções literárias; a recepção da literatura é um lugar de diálogo cultural privilegiado entre os escritores africanos de língua portuguesa e seus leitores brasileiros.


NEGROS E MULHERES NA HISTÓRIA DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
Ana Carolina de Vasconcelos Ministério. Historiadora PUCMinas.
O curso vai além das características estéticas de cada gênero ou movimento, como o Samba ou a Bossa Nova. Focaliza a produção cultural das mulheres e dos negros a partir da virada do século XIX para o XX, com Chiquinha Gonzaga, até os principais artistas contemporâneos. Também analisa o papel da mídia na difusão da música popular no Brasil e na própria formação do termo MPB, levantando o contexto histórico de correntes culturais importantes, relacionando questões raciais, comportamento, mentalidade e política. As aulas são interativas, com exibição de várias imagens, incluindo vídeos raros e muita música é claro.


EDUCAÇÃO E LUDICIDADE AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA
Débora Alfaia da Cunha, LAAB/UFPA. Cláudio Lopes de Freitas, LAAB/UFPA.
A oficina responde as necessidades de formação docente criadas pela legislação contemporânea, como a Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a Educação das relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. As referidas DCNs propõem a divulgação e a produção de conhecimento, a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos brasileiros orgulhosos de seu pertencimento étnico racial, sejam estes descendentes de africanos, povos indígenas europeus ou asiáticos. Nesse contexto, a oficina enfatiza a utilização de atividades lúdicas como metodologia de acesso à diversidade cultura dos países africanos e ao patrimônio sociocultural Afro-brasileiro, destacando jogos e brincadeiras que enfatizam as características valorativas, sociais e motoras da cultural corporal africana. Características estas que influenciam positivamente o patrimônio lúdico afro-brasileiro e são fundamentais à compreensão da cultura nacional e, por isso, precisam ser conscientemente trabalhadas pelos docentes no espaço escolar. Metodologicamente, a oficina se caracteriza pela vivência de atividades lúdicas de diversos países africanos, como brincadeiras cantadas e jogos de habilidade envolvendo o uso de instrumentos variados, como cordas e bastões.
As atividades são alternadas com a discussão sobre os valores afro-civilizatórios presentes na ludicidade de matriz africana. Além disso, os participantes possuem acesso a atividades lúdicas que utilizam o patrimônio afro-paraense, como o carimbó, o samba de cassete e o Banguê, permitindo aos participantes observar a diversidade e a riqueza da influência Africana na cultura brasileira.


INTRODUÇÃO À MITOLOGIA AFRICANA: COSMOGONIA E TEOLÓGIA YORÙBÁ
Renato Noguera. Professor de Filosofia/ UFRRJ
O Mini-Curso pretende apresentar panoramicamente o campo narrativo e a oralitura que registra o universo mítico yorùbá. O povo Yorùbá ficou popularmente conhecido como nagô no Brasil e, atualmente, vive em parte do Benin, Togo, Nigéria e Camarões. Esse curso, de caráter introdutório, pretende apresentar e discutir a cosmogonia, teogonia e o tema do destino humano do repertório e dos signos da própria tradição yorùbá.
AULA 1 | A CRIAÇÃO DO MUNDO (AYÊ). A missão de Obatalá. A missão de Oduduá.
AULA 2 | CRIAÇÃO DO SER HUMANO. A busca pela matéria-prima. A confecção do ser humano.
AULA 3| A TENSÃO ENTRE MULHERES E HOMENS. Oxum, Obá, Iansã e as relações com Orunmilá, Exu e Xangô.


EDUCAÇÃO E RELAÇÕES RACIAIS: O LIVRO DIDÁTICO EM QUESTÃO
Candida Soares da Costa
Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação– NEPRE
Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT

O livro didático é um dos recursos pedagógicos mais utilizados na escola. Por seu intermédio, são explorados e legitimados conhecimentos que crianças, jovens e adultos acumulam e utilizam em diferentes situações ao longo de suas vidas. Esses conteúdos, mediados por diferentes textos (verbais e não verbais), não são neutros. Desse modo, contribuem para configuração de visões de mundo e dos modos como as relações sociais se estabelecem. No que se refere às questões raciais, tem, historicamente, traduzido concepções distorcidas sobre negros e brancos (incluindo seus continentes de origem e suas produções culturais), legitimado preconceitos, naturalizando equivalência de diferença a desigualdade, fertilizando o racismo e a discriminação racial na sociedade brasileira. Pesquisas apontam que as mensagens de conteúdo raciais, independentemente se apresentadas de forma subliminar ou não, são assimiladas por crianças, adolescentes e jovens e traduzidas nas práticas sociais cotidianas. Pretende-se, com base em estudos e pesquisas sobre relações raciais e educação, realizar no decorrer deste minicurso: reflexão sobre o livro didático; dialogo sobre novas perspectivas de abordagem; análise de textos verbais e não verbais contidos em livros didáticos adotados a partir da indicação do PNLD; definir critérios que possam contribuir para o processo de análise e escolha de livros didáticos em consonância ao disposto na Lei nº 10.639/03 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9394/96).



IDENTIDADE ETNICORRACIAL NEGRA: AS ABORDAGENS DOS ESTUDOS CULTURAIS E DA AFROCENTRICIDADE 
Elisabete Figueroa, Malick/ UFSCAR. Larissa Nascimento, Malick/ UFSCAR. Tatiane Souza, Malick/ UFSCAR. Roberta Federico, UFRJ
O conceito de identidade tem sido progressivamente colocado em rasura devido a diversas transformações sociais e concepções teóricas que, por um lado dão sequência ao seu desenvolvimento e, por outro, o colocam em xeque. Por estar essa discussão perpassada por alguns vícios teóricos, é preciso ter em vista que a identidade está presente não somente em discussões epistemológicas, mas também nos discursos preconizados pelos movimentos sociais e alguns ativistas, de modo que ainda se faz necessário tomar de empréstimo a interrogação de Hall: “Quem precisa de  identidade?” E se precisa, como e porquê? Diante dessas questões, este minicurso pretende abordar a identidade e sua complexidade no campo de compreensão e atuação das relações étnicorraciais na diáspora africana nas Américas, com o objetivo de trazer referenciais dos Estudos Culturais e da Afrocentricidade, visando contribuir com esta discussão, e mais que isso, pensar e propor os possíveis pontos de convergências e divergências
entre essas duas correntes teóricas, no que tange a identidade. Além da abordagem das referências teóricas e das consequentes discussões implicadas no decorrer do minicurso, utilizaremos como método a exibição e discussão de filmes que versam sobre a temática em estudo. Por fim, propomos atividade prática na qual os inscritos nesse minicurso problematizem situações em que a identidade esteve implicada, localizando-a a partir do viés de uma das teorias abordadas ou relacionando ambas.
 

PENSANDO NA LEI 10.639: NEGRITUDE, DIVERSIDADE E UNIVERSALISMO NA POESIA AFRICANA DE LÍNGUA PORTUGUESA 
Jesiel Oliveira Filho, Departamento de Letras/ UFBA
Tomando como referências a obra poética de Francisco Tenreiro (São Tomé e Príncipe) e livro recentemente publicado por Muniz Sodré que aborda a renovação do projeto educacional brasileiro, o minicurso pretende analisar brevemente textos literários e críticos que possibilitem trabalhar o eixo pedagógico da diversidade cultural a partir da discussão sobre as  especificidades das identidades negras e dos projetos interculturais baseados na revitalização e ressignificação das matrizes civilizacionais africanas.

Objetivos
1. Apresentar fundamentos estéticos, teóricos e históricos relativos à poética da Negritude e à obra de Francisco Tenreiro, ressaltando os vínculos do autor com este movimento e as perspectivas humanistas que se delineiam em alguns de seus principais poemas.
2. Estabelecer um diálogo entre a obra de Tenreiro e as propostas de educação para a diversidade feitas pelo crítico cultural Muniz Sodré, tendo em vista caracterizar referências que contribuam para a implementação da Lei 10639, relativa à introdução de temas africanos e afrobrasileiros nos conteúdos escolares do Ensino Básico brasileiro.

Desenvolvimento temático
• Negritude, descolonização dos imaginários e reinvenção identitária.
• Educação para a diversidade e Negritude: articulações estratégicas.
• Francisco Tenreiro e a Negritude policromática.
• Universalizar é educar para aprender com as diferenças.

Metodologia
O curso será desenvolvido a partir da exposição participada, guiada pela apresentação de slides Powerpoint. Através do blogue KUKALESA (http://kukalesa.wordpress.com) será oferecido suporte pedagógico e acesso a cópias eletrônicas dos textos que integram a bibliografias, bem como a outras referências relevantes para o curso.

Bibliografia
TENREIRO, Francisco José. Obra poética. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1991.

MUNANGA, Kabenguele. Negritude: usos e sentidos. BH: Autêntica, 2009.
SODRÉ, Muniz. Reinventando a educação. Diversidade, descolonização e redes. Petrópolis:Vozes, 2012.
MATA, Inocência (org.). Francisco José Tenreiro: as múltiplas faces de um intelectual. Lisboa:Colibri, 2010.
FERREIRA, Manuel. O discurso no percurso africano I. Lisboa: Plátano, 1989.
FIGUEIREDO, Eurídice, GONÇALVES, Ana Beatriz, PESSANHA, Márcia Maria, CAMPOS,Maria Consuelo Cunha. Negritude, negrismo, literaturas de afro-descendentes. In: FIGUEIREDO, Eurídice (Org.). Conceitos de literatura e cultura. Juiz de Fora: UFJF; EdUFF, 2005.
LARANJEIRA, Pires. A negritude africana de língua portuguesa. Porto: Afrontamento, 1995.
CHAMOISEAU, Patrick; BERNABÉ, Jean; CONFIANT, Raphaël. Elogio da crioulidade (Éloge de la criolité). Paris: Gallimard, 1990. Tradução de Magdala França Vianna disponível em: <http://www.ufrgs.br/cdrom/chamoiseau/index.htm>.